A terapia corporal, enquanto modalidade terapêutica que integra as dimensões somáticas e psíquicas do ser humano, apresenta-se como uma abordagem holística que visa a promoção da homeostase tanto em níveis emocionais quanto físicos.
A interconexão intrínseca entre corpo e mente é sustentada por um arcabouço teórico que considera a fenomenologia da experiência vivida, onde o corpo não é meramente um substrato físico, mas um locus de expressão emocional.
Assim, ao engajar-se em práticas de terapia corporal — tais como a liberação miofascial, a dança terapia ou o método Feldenkrais — os indivíduos podem acessar e processar traumas armazenados no tecido muscular, possibilitando uma reconfiguração das respostas emocionais disfuncionais.
Além disso, a terapia corporal promove um estado de consciência ampliada através de técnicas que favorecem a percepção interoceptiva, permitindo ao sujeito desenvolver uma maior acuidade na identificação de suas sensações corporais e estados afetivos.
Esse aumento da consciência corporal propicia um espaço seguro para a exploração dos afetos reprimidos e das tensões psicossomáticas. Consequentemente, essa prática pode catalisar processos de auto-regulação emocional e física, promovendo não apenas alívio sintomático, mas também uma transformação profunda na relação do indivíduo consigo mesmo.
Portanto, podemos afirmar que a terapia corporal constitui-se como uma ferramenta indispensável para a reintegração do eu fragmentado em busca do bem-estar integral.